Liverpool - Parte 1

- Liverpool I left you but I never let you down. 


A viagem foi incrível. Eu adorei esse tempo fora, conheci lugares nos quais sempre sonhei estar e me diverti um monte revendo pessoas e conhecendo novas. O problema é que me endividei. Sério, maior fatura do cartão no Brasil de todos os tempos fora que meus salários aqui se foram. 
To morrendo de preguiça de fazer esse post porque é muita informação, leva tempo, enfim. Só que eu também não vou conseguir ignorar a viagem e queria registrar as coisas. Acho que Liverpool vou dividir em duas partes para me obrigar a terminar já que a parte inicial já está postada (sabe gente metódica?). 
Bom. Eu, como uma fã de The Beatles, me emocionava a cada esquina em Liverpool. Tudo me lembrava uma música, uma entrevista, uma foto, comentário, etc. A cidade respira eles! Mesmo em restaurantes “fancy” alguma coisa fazia referência, mesmo que muito sutil, ao quarteto. 


Foi minha primeira vez fazendo couchsurfing também. Fiquei em uma casa muito legal, o hospedeiro foi super gentil e eu ainda conheci uma americana que estava lá couchsurfiando (?) comigo. Foi uma experiência bem interessante. O único porém é que, convenhamos, em hotel/hostel você descansa muito mais pois não precisa ficar preocupada em fazer social e é bem mais confortável para chegar tarde, sair cedo, etc. Eu chegava cansada, mas entendia que eles tinham curiosidade sobre meu país e sobre a Irlanda então ficávamos conversando, respondia perguntas. Foi legal, mas me tirou muito tempo de descanso que depois acabou fazendo falta, por exemplo. 

A casa onde eu couchsurfiei. Não era ela inteira, lógico.

Cheguei pela manhã, peguei um ônibus até o centro. Tudo estava fechado, eu estava cansadíssima e de ressaca. A única coisa aberta foi um McCafé. Entrei, fiquei 1h no banheiro me trocando e tentando colocar dignidade (conhecida como maquiagem) na minha cara para chegar apresentável na casa onde eu ficaria. Tomei um café e peguei um black cab para ir até lá. Muita emoção! Já havia andado em Belfast em um, mas é diferente quando se está na Inglaterra. Juro, estava tão animada que até me esqueci do estado lastimável em que me encontrava e estava que nem criança que mal ficava sentada no banco do taxi.

Esquerda: meu closet improvisado no banheiro (nada de glamour). Direita: dentro do taxi! 

A cara do fracasso: maquiagem borrada, ressaca, canseira e clima ruim.

O clima estava péssimo. Muito gelado, muito vento, muita chuva (por isso muitas das fotos sairam com partes borradas, eu limpava a lente mas em um segundo ela já estava toda cheia de pingos). Seria o clima que eu adoraria se não estivesse fazendo turismo e tendo que ficar em um lugares abertos a maior parte do dia. Isso me deu muita preguiça. Acabei perdendo praticamente o dia todo porque estava muito podre e sem vontade. Um aprendizado: jamais repetir isso. Antes de viagem tem que descansar mesmo, nada de saideiras e muitas aventuras. Fiquei pouco tempo em Liverpool e perdi metade deste tempo por culpa de mim mesmo. 


Aproveitei e fui ao TATE Museum para ver uma exposição do Monet. Ok, era “Turner Monet Twombly” o nome dela, mas fui apenas pelo impressionista. Gente, eu cambaleei quando vi os primeiros quadros dele. Eu sempre fui “das artes”, costumava pintar desde quando era muito criança, sempre gostei de estudar isso e Monet sempre foi meu pintor preferido, mas eu nunca havia visto algo dele na minha frente. 
O TATE neste dia (o último da exposição!) estava vazio então eu pude sentar, olha, chegar perto, mais perto, quase tocar com o nariz a tela. Amei! Monet dispensa comentários, só tive mais certeza de como ele era genial na hora de passar a coisa para a tela. 


De Turner eu só conhecia duas obras que lá estavam expostas e gostei do que vi, muito mais bonitas pessoalmente e o jeito que ele pinta os barcos é lindo, especialmente quando há neblina.


Sobre o terceiro pintor... Bem, sempre fui meio receosa com artes mais abstratas como a do Twombly e conhecia pouco (quase nada mesmo) dele e o que conhecia não gostava muito, nem dava bola, mas quando vi de perto mudei minha opinião. Não foi imediato, demorei umas boas pinturas para parar de achar ele uma coisa “boba” (ops!). No final ele me convenceu de uma forma que meus últimos três wallpapers do iPhone foram telas dele! Confesso que as mil papoulas que o Cy pinta (amo papoulas!) ajudaram nessa minha quebra paradigmática. hahaha 


Praticamente fiquei a tarde toda ali. E gastei um tempão na loja do Museu, mas comprei pouca coisa porque o problema será enorme para carregar as coisas quando eu voltar para o Brasil (janeiro provavelmente). 





Depois fiquei passeando pelo Albert Dock (cartão postal de Liverpool), almocei uma sopa (precisa explicar o quão mal eu estava para estar de férias do regime e mesmo assim ir pedir sopa?). Muitas lojas bonitinhas e interessantes, muita coisa superfaturada em comparação com a loja que fica, sei lá, 200m da doca. Normal, lugar turístico seeeempre é assim, né? 

 Detalhe da loja de lembranças.



 Amei os barcos!

 Não conhecia isso e achei bem interessante, são "quartos flutuantes" temáticos.



Fui conhecer os pontos mais turísticos ligados aos Beatles mas que ficam no centro. Loooooogicamente a primeira parada foi o The Cavern Club. Muita emoção! Cheguei lá e estava tocando blues. Sentei, assinei as paredes (lá isso não é vandalismo, ok?) e quando ia pedir uma pint lembrei que tinha tomado relaxantes musculares e se bebesse ia começar a babar e dormir ali mesmo (obrigada, efeitos colaterais que eu tenho). Resolvi que voltaria no outro dia que, sendo segunda-feira, estaria mais vazio e eu menos acabada.


Aproveitei para fotografar um pouco do centro da cidade que me surpreendeu muito. Eu sempre imaginei lá meio...pequeno. Entretando, o centro é super legal e moderno! É um shopping sem teto. Os corredores, andares, tudo é como em um shoppng, mas é aberto. Achei bem interessante, várias lojas legais. Já que não pude ir de cerveja, vamos de chocolate-quente. 


O da Thorntons é o meu preferido do mundo inteiro (junto com o da Butlers Chocolate Cafe) e não tem valores absurdos, acho que se duvidar é mais barato que as redes mais famosinhas e descoladas. Vem com um chocolatinho que sempre muda o sabor, o desse dia era com recheio de leite. Isso sim que é hot chocolate to take away! Vê se aprende, Starbucks! 

Resolvi que iria para casa, mas não encontrei o ponto de ônibus. Tive que pegar taxi novamente porque na casa eles estavam me esperando para jantar. Achei isso fofo da parte do hospedeiro do couchsurfing oferecer um “jantar com prato típico” para os que chegaram, mas ao mesmo tempo é ruim porque se eu não tivesse tão cansada e podre eu teria ficado pelos pubs e teria feito uma desfeita negando o convite (afinal, estamos lá para conhecer a cidade e o tempo é curto). Dormi na sala e capotei. Estava acabada e acho que qualquer lugar poderia servir de cama. 

O outro dia foi mais emocionante, corrido e cheio de Beatles. :)
Odiei todas as fotos desse dia, mas to postando mesmo assim. #desapego

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3 thoughts on “Liverpool - Parte 1”

  1. Eu devo ser a fã de Beatles mais fajuta do universo.
    Quando eu era pequena eu me pegava cantarolando a melodia das músicas românticas (antes da fase psicodélica e chata) ou cantando errado. Eu não saberia me localizar nessa cidade nem identificar algo muito Beatles.
    Minha mãe e irmã sim :'D
    Ah, a casa que tu couchsurfeou parece tão bonita!! Tem foto por dentro?

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